O movimento Maio Amarelo, campanha voltada à conscientização para um trânsito mais seguro, ganha força todos os anos com ações que buscam transformar comportamentos e salvar vidas. Neste cenário, uma pergunta importante precisa ser feita: qual o papel dos jovens na construção de um trânsito mais humano, empático e seguro?

Segundo o professor Dr. Renan Soares Junior, psicólogo especialista em Psicologia do Trânsito, doutor em Psicologia da Saúde e Diretor Nacional de Comunicação da Associação Brasileira de Psicologia de Tráfego (ABRAPSIT), a formação de um condutor consciente começa muito antes de alguém assumir o volante. Para ele, a vivência dos jovens no trânsito enquanto pedestres, ciclistas e passageiros é parte essencial desse processo.
“A ideia é que o jovem vá construindo esse comportamento ao longo da sua jornada, por isso é importante ter bons exemplos em casa. Uma das formações mais importantes que a gente tem é a formação para estar no espaço público com respeito e cuidado ao outro”, afirma o especialista.
Para Renan, o trânsito precisa ser compreendido como um espaço de cooperação, não de disputa.
“A rua é o espaço do congraçamento, da convivência, não da competição. Por isso, é fundamental que esses jovens aprendam desde cedo a agir de forma respeitosa e defensiva, valorizando a segurança de todos que compartilham esse ambiente”, complementa.
Essa conscientização envolve atitudes simples ainda antes do comando de um volante, mas poderosas: atravessar na faixa de pedestres, respeitar a sinalização, usar equipamentos de segurança ao pedalar, evitar o uso do celular enquanto anda ou pedala e entender o impacto que cada ação pode ter sobre a coletividade.
Ao adquirir esses hábitos desde cedo, os jovens constroem uma base sólida para, no futuro, conduzirem veículos com mais consciência.
“O trânsito é, antes de tudo, um espaço público e viver em sociedade exige responsabilidade e empatia. É essa bagagem que vai fazer diferença quando eles estiverem atrás do volante. Terão uma postura mais cidadã, respeitosa, porque já viveram o trânsito como ciclistas e pedestres atentos às regras e à segurança”, explica Renan.
O especialista também destaca a importância de enxergar o jovem como protagonista da mudança social. Embora muitas campanhas de trânsito sejam voltadas aos motoristas, ele defende que a educação para o trânsito deve começar ainda na infância e adolescência.
“O jovem deve ser esse protagonista da mudança, de trazer outro pensamento para o ambiente do trânsito. Ele vai ajudar a modificar essas questões sociais tão importantes para a nossa cidadania”, conclui.
No Colégio Anglo Renovação de Indaiatuba, esse olhar para a formação cidadã é parte do nosso compromisso com a educação integral. Durante o Maio Amarelo e ao longo de todo o ano letivo, são promovidas reflexões, atividades e diálogos que reforçam a importância da convivência no espaço público, do respeito às regras e do cuidado com o outro. Formar jovens conscientes é formar futuros motoristas, ciclistas e pedestres comprometidos com um trânsito mais seguro para todos.